Boletim Agropecuário do Pará mostra que São Félix do Xingu mantém maior rebanho bovino do Brasil

O estado é líder nacional na produção de commodities como soja, milho e cacau, além de ser uma referência na pecuária bovina, com um dos maiores rebanhos do Brasil, como mostram os dados do Boletim Agropecuário 2024, elaborado pela Fapespa. Água Azul do Norte e Rio Maria, também na região Sul do Pará, despontam como líderes de exportação de carne.
Um agro diversificado, com o segundo maior rebanho bovino do Brasil e expansão de diferentes culturas, é um forte ativo de desenvolvimento da economia paraense (Foto: Pedro Guerreiro / Agência Pará)

O Pará é uma referência nacional na pecuária bovina, tendo o segundo maior rebanho do Brasil, com 10,5% do total de cabeças de gado do país. Um destaque fica com São Félix do Xingu,  que no ranking dos municípios, tem o maior rebanho de todos, somando 2,5 milhões de animais. Os dados constam no “Boletim Agropecuário do Pará 2024”, desenvolvido pela Fundação Amazônia de Amparo a Estudos e Pesquisas (Fapespa). Mas estes não são os únicos destaques do agro paraense no cenário nacional.

Pelos dados, a pecuária é uma das principais fontes de riqueza do Pará. Entre 1977 e 2023, o estado passou de 1,6 milhão de cabeças de gado para 25 milhões, um aumento de 15 vezes. Esse crescimento, como apontam o Boletim Agropecuário, se deu pela expansão das áreas de criação, uso de tecnologia e investimentos em infraestrutura logística, como rodovias, hidrovias e portos, que facilitam o escoamento da produção.

Depois de São Félix do Xingu, Marabá ocupa a quinta posição no ranking nacional dos municípios em rebanho bovino. Novo Repartimento ficou na sexta posição. Ambos têm cerca de 1,3 milhão de cabeças de gado. Altamira é o oitavo maior produtor, com 1,1 milhão de cabeças. Ou seja quatro municípios paraenses estão no top 10 de maiores produtores de bovinos. O Pará lidera entre os estados com o maior rebanho bubalino do país, alcançando em 2023, 40,9% do efetivo nacional de animais (6% a mais em relação a 2022).

Com 26 milhões de cabeças e rumando para um sistema pioneiro de rastreabilidade e sustentablidade, o Pará tem o segundo maior rebanho bovino e é um dos produtos do agro paraense mais valorizados (Foto: Divulgação / Agência Pará)

Entre 1997 e 2023, como mostra o Boletim Agropecuário do Pará 2024, a produção de carnes no estado cresceu seis vezes: passou de 128,5 milhões de toneladas para 866,6 milhões de toneladas, o que representa um aumento absoluto de cerca de 738,1 milhões de toneladas. Em 2023, foram exportadas 106,2 mil toneladas de carnes, com dez municípios representando mais de 99% dessas exportações.

O município de Água Azul do Norte é o principal exportador, com 28,2% de participação nas exportações estaduais. Rio Maria ocupou a segunda posição, com 19,6%, seguido por Castanhal, que contribuiu com 16,2% das exportações. Esse crescimento é um reflexo da expansão da pecuária no estado e do aumento da capacidade produtiva da indústria de carnes paraense. A carne bovina continua sendo a principal fonte de produção, seguida da carne de frango, que tem mostrado um crescimento expressivo ao longo dos anos.

O agro é um dos setores que puxa o crescimento econômico do Pará e tem a soja e o milho como destaques de produtos não vegetais (Foto: Marco Santos / Agência Pará)

Agro do Pará aquecido potencializa exportações e gera emprego

O Estado destaca-se como um dos principais polos agroexportadores do Brasil. O Pará exportou 5,5 milhões de toneladas de produtos agropecuários, aumentando esse quantitativo em 33,5% frente a 2022. Na série histórica, entre os anos 2000 e 2023, houve variação estadual positiva de 587,4%. Dentro do panorama nacional, o Pará avançou para a 11ª colocação entre os estados que mais exportaram produtos agropecuários, com participação de 3% em 2023 e aumento de 34,7% em relação ao ano anterior.

Os produtos do reino vegetal representaram 91% de todo o quantitativo exportado, uma tendência de demanda do mercado internacional. Os principais produtos não animais exportados foram a soja e o milho. Em 2023, a soja participou com 61,3% do total de volume exportado (+32% em comparação a 2022) e valor de exportação de US$1,6 bilhão. O milho apresentou variação de 44,7% entre 2022 e 2023, registrando participação de 33,4% e valor exportado de US$ 401,6 milhões.

O cacau é repleto de benefícios à saúde, mesmo quando consumido através de subprodutos e entre eles o mais famoso, o chocolate, além de ser um dos principais aliados da bioeconomia por representar floresta em pé, rendimento aos produtores e resultar em diversos subprodutos de alto valor agregado (Foto: Pedro Guerreiro / Agência Pará)

No cenário agrícola nacional, culturas estratégicas mantêm o Pará numa posição de liderança na produção de mandioca (3,8 milhões/T), dendê (2,8 milhões/T) e açaí (1,6 milhões/T), cujos volumes superam significativamente a média nacional. Além disso, o estado desponta na produção de banana (0,4 milhões/T), abacaxi (0,3 milhões/T), coco da baía (0,2 milhões/T), cacau (0,1 milhões/T) e pimenta do reino (0,04 milhões/T). Esses produtos reforçam o papel no fornecimento de alimentos para consumo direto e para uso como insumos industriais.

Com um agro tão aquecido e pujante, uma consequência positiva natural foi o aumento da empregabilidade. No Pará, 509 mil pessoas estavam empregadas no setor agropecuário em 2023. Entre 2002 e 2023, a evolução dos empregos formais no agro estadual atingiu 274,2%, o que representou um acréscimo de 47 mil vínculos. De 2022 a 2023, o emprego formal cresceu 1,3%, totalizando 63,8 mil vínculos.

(VICTOR FURTADO, da Redação do Fato Regional, com informações da Agência Pará)


LEIA MAIS, NO FATO REGIONAL:

Siga o Fato Regional no Facebook, no Instagram e no nosso canal no WhatsApp!


 

Leia mais