sexta-feira, 22 de novembro de 2024

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Comparsa de ‘maníaco de Marituba’ é denunciado pelo MPPA

Vítimas prestavam serviços de estética e eram atraídas por redes sociais. Dez casos de mulheres estupradas, roubadas e espancadas foram registrados. Duas morreram.

O Ministério Público do Pará (MPPA) denunciou nesta sexta (24) o comparsa do adolescente de 17 anos, suspeito de envolvimento com ataques à mulheres em Marituba, na região metropolitana de Belém. Jederson Menezes Alves está preso acusado de participação nos crimes. O caso ficou conhecido como ‘maníaco de Marituba’.

As vítimas prestavam serviços de estética e eram atraídas por perfis falsos femininos em redes sociais. Ao menos dez casos foram registrados. As vítimas eram estupradas, roubadas e espancadas. Duas morreram.

Segundo o MPPA, a denúncia foi oferecida pela 6ª promotora de Justiça de Marituba, Mônica Rocha. Os atos processuais estão sob sigilo.

De acordo com a denúncia, Jederson Alves deve responder por corrupção de menores, com pena prevista de dois a cinco anos de prisão, em relação ao adolescente apreendido.

Vítimas

A terceira vítima, Samara Duarte Mescouto, estava desaparecida desde sexta-feira (10) e o corpo foi encontrado na noite de domingo (12).   — Foto: Reprodução/TV Liberal
A terceira vítima, Samara Duarte Mescouto, estava desaparecida desde sexta-feira (10) e o corpo foi encontrado na noite de domingo (12). — Foto: Reprodução/TV Liberal

Sobre os crimes, o denunciado deve responder por latrocínio consumado, com pena de 20 a 30 anos e multa; e ocultação de cadáver, com pena de um a três anos de prisão e multa, no caso da vítima Samara Duarte Mescouto.

No caso da vítima J. C. S. M, Jederson deve responder por tentativa de latrocínio, com pena prevista de 20 a 30 anos de prisão mais multa, com diminuição de um a dois terços por ser tentativa.

Já sobre o caso de Jennyfer Karen da Silva Martins, o denunciado responderá por latrocínio consumado.

Vítima de 'maníaco de Marituba', Jennyfer Monteiro tem morte confirmada em hospital no Pará. — Foto: Reprodução / Facebook
Vítima de ‘maníaco de Marituba’, Jennyfer Monteiro tem morte confirmada em hospital no Pará. — Foto: Reprodução / Facebook

Os crimes

Até o momento, a Polícia registrou dez casos de mulheres que foram atraídas pela falsa promessa de emprego, agredidas e violentadas. Jennyfer Karem é a segunda vítima com morte confirmada. A primeira morta foi Samara Duarte Mescouto que estava desaparecida desde no dia 10 de janeiro. O corpo foi encontrado na noite de domingo (12). No crime, segundo a polícia, o adolescente contou com ajuda de um comparsa, um homem de 20 anos. As vítimas eram escolhidas pelas redes sociais.

Segundo o Ministério Público do Pará (MPPA), em depoimento, o jovem confessou participação na morte de Samara e disse que escolhia as vítimas nas redes sociais, geralmente mulheres que prestavam serviços de estética com atendimento domiciliar. Após saírem para trabalhar, as vítimas não retornavam para casa. Um dos pontos de encontro era um posto de gasolina localizado na rodovia BR-316.

“Ele usava um perfil feminino em uma rede social para atrair as vítimas e marcava com elas para prestar o serviço. Ao chegar no ponto de encontro as vítimas recebiam uma ligação dizendo que o marido da pessoa que pediu o serviço ia buscá-las. Nesse momento o suspeito levava as vítimas para uma área de mata onde o estupro acontecia”, explica o delegado geral, Alberto Teixeira.

Investigação

De acordo com a Polícia Civil, os depoimentos indicam que apenas em um dos crimes houve a participação do homem adulto. Nos outros casos, o adolescente teria agido sozinho. Ainda segundo a Polícia, nos casos em que houve apenas a participação do adolescente, será aberto um processo de investigação na Delegacia do Adolescente. No outro caso, será aberto um inquérito policial.

Segundo a Polícia, antes dos crimes, o adolescente chegou a ficar 12 dias custodiado na Fundação de Atendimento Socioeducativo do Pará (Fasepa), acusado de furtar uma bicicleta em Ananindeua. Assim que foi liberado, ele começou a cometer os crimes.

“O adolescente infrator ele não é regido pelo código penal, ele é regido pelo Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA). Ele poderá pegar até três anos de medida socioeducativa. É importante dizer que essa medida visa reeducar o menor, integrar essa pessoa por meio do diálogo, da família, do Ministério Público”, disse o delegado Antônio Duarte.

Fonte: G1 Pará