A CPI da Pandemia recebe, nesta terça-feira (14), o empresário e advogado Marcos Tolentino para prestar depoimento acerca de suspeitas no contrato da vacina Covaxin, firmado entre a Precisa Medicamentos e o Ministério da Saúde, e demais relações estabelecidas com membros do núcleo próximo do governo federal.
A presença de Tolentino acontece após diversas resistências, por parte do empresário, em comparecer ao Senado.
Na data original para seu depoimento, Tolentino afirmou que havia passado mal antes de embarcar à Brasília e enviou à CPI um ofício do Hospital Sírio-Libanês, que atestou que ele estava internado.
Depois, o depoente tentou apelar para o Supremo Tribunal Federal (STF) para que não fosse obrigado a ir à oitiva, mas o pedido foi negado pela ministra Cármen Lúcia.
Como último recurso, a defesa do empresário voltou à corte para pedir que a possibilidade de condução coercitiva, adquirida pelos senadores junto à Justiça Federal da Brasília, fosse negada.
A apelação foi rejeitada novamente pela ministra na segunda-feira (13).
O empresário, dono da Rede Brasil de Televisão, tem o direito a permanecer em silêncio em questões que possam incriminá-lo. Ele não consta na lista de investigados.
Quem é Marcos Tolentino
Tolentino chega à CPI sob a condição de possível “sócio oculto” da empresa FIB Bank, que ofereceu uma carta-fiança de R$ 80,7 milhões em um contrato firmado entre a Precisa Medicamentos e o Ministério da Saúde para a compra da vacina Covaxin.
Tolentino e Ricardo Barros (PP-PR), líder do governo na Câmara, teriam participado de uma reunião com o dono da Precisa, Francisco Maximiano, antes do fechamento de contrato das doses da Covaxin.
Nessa reunião, a suspeita da comissão de inquérito é de que Tolentino teria aproximado Francisco Maximiano ao ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello.
No depoimento de Ricardo Pereira Júnior, diretor do FIB Bank, Tolentino foi definido pelo depoente como sócio de outra empresa com participação no FIB Bank, a Pico do Juazeiro Participações.
Porém, segundo a CPI, o endereço da emissora de Tolentino seria o mesmo da Pico do Juazeiro, e o mesmo número de telefone do escritório de advocacia de Tolentino em São Paulo aparece em outra empresa acionista do FIB Bank.
Fonte: CNN Brasil
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