Marabá completou 109 anos de emancipação no último dia 5 de abril. Como parte das programações de aniversário na ocasião, foi assinado um contrato com a mineradora Vale e o governo do estado para a implantação do projeto Tecnored, que vai utilizar biomassa como combustível das caldeiras de uma nova siderúrgica no município.
Na ocasião, tanto o governador do estado Helder Barbalho quanto o prefeito de Marabá Tião Miranda, cobraram da mineradora que tem a concessão de exploração mineral no Pará, mais contrapartidas para o município, principalmente na geração de empregos.
Agora a mineradora dá mais um passo. A Vale aprovou a construção de uma segunda ponte ferroviária sobre o Rio Tocantins, em Marabá no sudeste paraense, em um projeto previsto para ter início em 2023 com investimento total de US$ 830 milhões (aproximadamente R$ 3,9 bilhões em valores atuais).
De acordo com João Tatagiba, presidente da Associação Comercial e Industrial de Marabá, no ano de 2027 está prevista a operação da ponte. “A instalação deve iniciar ainda em 2022 ou 2023 a depender do Conselho Gestor do Plano Diretor. O projeto entrou na pauta do Plano Diretor de Marabá essa semana, nós escolhemos o relator. É um projeto muito complexo, não é um negócio comum, mas a companhia avisou que depende do resultado da reunião do Plano Diretor para ‘startar’ o início das obras, alojamentos, estruturas básicas, enfim, a mobilização”, explicou. “A obra em si está prevista para iniciar ano que vem”, salientou.
“Estamos acompanhando de perto e as informações que temos da Vale são essa”, declarou o presidente da Acim em Marabá.
De acordo com o documento, o projeto foi aprovado em março de 2022 e vai aumentar a capacidade da Estrada de Ferro Carajás (EFC), melhorando o fluxo de tráfego ferroviário e mitigando riscos de negócios.
O projeto inclui uma segunda ponte rodoviária para tráfego de veículos, que reforçará a ligação entre o Sudeste do Estado do Pará e o litoral norte brasileiro.
“A única ponte atual faz parte da ferrovia EFC, por onde escoamos toda a nossa produção de minério de ferro do Sistema Norte, bem como o concentrado de cobre produzido no Estado do Pará”, explica a empresa no documento
Empresa reduz estimativa de reservas de minério de ferro
No relatório arquivado na noite de quinta, a Vale também registrou queda de 13,5% em suas reservas totais de minério de ferro em 2021, atingindo um volume de 12,495 bilhões de toneladas. No ano anterior, somavam 14,423 bilhões de toneladas.
Esse volume, que inclui as reservas provadas e prováveis, está em queda desde 2017.
Do volume total de reservas no fim de 2021, as reservas provadas, para as quais todas as licenças ambientais foram obtidas, representavam 3,86 bilhões de toneladas. As reservas prováveis, que têm o processo de licenciamento em andamento, somaram 8,636 bilhões de toneladas no fim do ano passado. O Sistema Norte da Vale, que inclui Carajás, responde praticamente por metade das reservas totais, com 49%.
“Variações nas reservas de minério de ferro de 2020 para 2021 refletem principalmente o esgotamento resultante da produção mineral nas minas em operação (correspondente a aproximadamente 414 milhões de toneladas), downgrades (quedas) resultantes da revisão estratégica de projetos de longo prazo e outros pressupostos de fatores modificados (geotécnicos, mercado e processamento)”, informa o documento.
Segunda maior produtora global de minério de ferro, a Vale detalha ainda as principais mudanças ocorridas em suas reservas. No Sistema Sudeste, as reservas foram reduzidas de 4,3 bilhões de toneladas para 2,7 bilhões de toneladas, redução de 36,7%. A mudança reflete principalmente a revisão de um projeto de processar itabiritos de baixo teor das operações de Mariana para refletir novas soluções técnicas da empresa.
No Sistema Norte, as reservas minerais do S11D, em Canaã dos Carajás, no Pará, foram reduzidas em 157 milhões de toneladas por causa da incorporação de novas informações geológicas e esgotamento, correspondendo a 3,5% das reservas minerais da Serra Sul.
As reservas minerais da Serra Norte tiveram redução de 127 milhões de toneladas por causa do esgotamento, correspondendo a 7,4% do mineral.
Fonte: DOL Carajás