Anualmente, o uso de cigarros (comuns ou eletrônicos) leva cerca de 8 milhões de pessoas à morte, como estima a Organização Mundial da Saúde. Dessas, mais de 1 milhão são fumantes passivos, pessoas que não consomem cigarros, mas são expostas à fumaça. O produto, mesmo legalizado, contém cerca de 4 mil compostos, dos quais mais de 200 são tóxicos e cerca de 40 são cancerígenos. Em maio, o Hospital Ophir Loyola (HOL), referência em Oncologia do Pará, notou um aumento de 41% dos casos de câncer em relação a 2022 e isso chamou a atenção da saúde pública do estado.
Muitas vezes, as pessoas que lidam com pacientes também estão sujeitas aos mesmos problemas. O Hospital Regional Público do Araguaia (HRPA), localizado em Redenção, na região de integração do Araguaia, realizou ações, desenvolvidas pelas equipes da Medicina do Trabalho, voltadas para os colaboradores da unidade com o objetivo de alertá-los para os riscos que o uso do cigarro provoca. Durante as atividades, os trabalhadores receberam folhetos informativos, orientações de saúde e convites para participar do projeto desenvolvido para auxiliar o colaborador que queira parar de fumar. E ainda: relataram os desafios de abandonar a dependência química.
A colaboradora Nayane de Souza já participa do projeto há mais de um ano e conta que foi com a ajuda dele que conseguiu largar o cigarro. “Estava trabalhando em um dia normal e a enfermeira do trabalho me falou que teria uma palestra sobre tabagismo e se eu gostaria de participar, foi aí que comecei a fazer parte do grupo e desde então, consegui parar. Já estou há um ano e quatro meses sem fumar, e sei que sozinha não iria conseguir”, contou, animada.
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Tabagismo pode afetar boca, garganta, esôfago, bexiga, colo do útero e pâncreas, diz oncologista
O oncologista clínico do HOL, Bruno Fernandes, ressalta que o tabagismo é um fenômeno de dependência química, no qual as pessoas ficam subordinadas à nicotina, a principal substância aditiva presente no tabaco. Não existe uma margem segura de consumo desse tipo de produto, que além dos pulmões, cancerígeno para boca, garganta, esôfago, bexiga, colo do útero e pâncreas. O início de um tratamento já traz rápidas melhorias à qualidade de vida dos pacientes.
“A nicotina é uma substância que age diretamente no Sistema Nervoso Central (SNC), liberando diversos neurotransmissores (mensageiros químicos), os quais produzem uma sensação de prazer de curto prazo. E isso gera uma série de mecanismos hormonais, cerebrais e sensoriais que levam o fumante a procurar novamente a nicotina para sentir a sensação de prazer”, ressaltou o oncologista clínico.
Nayane também explica que é acompanhada sempre pelos profissionais de saúde e que recebeu os remédios e adesivos que ajudam a controlar as crises de abstinência. “O humor muda muito, por isso, continuo no processo de manutenção devido à abstinência que sentimos ao parar de fumar. As enfermeiras ficam nos acompanhando abastecendo com a medicação e adesivo, e temos um grupo do WhatsApp para dar apoio. Espero que outros trabalhadores possam se sentir incentivados a participar desse projeto”, disse, encorajando também outras pessoas a buscarem apoio para vencer o tabagismo.
(Da Redação do Fato Regional)
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