O governador Helder Barbalho (MDB), anunciou nesta terça-feira (19) o lançamento do primeiro edital de concessão para a restauração florestal no Estado. A medida terá a parceria da iniciativa privada e vai focar no restauro de uma área de 11 mil hectares em São Félix do Xingu, no sul do Pará. Até 2030, a meta do estado é restaurar 5,65 milhões de hectares. Os anúncios foram feitos em Nova Iorque, onde o gestor participa da programação anual “Climate Week NYC”.
“É muito simbólica essa primeira concessão porque é uma área grilada, de proteção ambiental, e em um dos territórios de maior conflito florestal do Pará, que é o município de São Félix do Xingu, o que mais emitiu gases de efeito estufa. Nós recuperamos essa área, reestabelecemos o domínio, fizemos o estudo do bioma e estamos nos estruturando para fazer a primeira concessão de restauro”, declarou o governador.
A proposta foi apresentada pelo governador durante o painel “Negócios Para a Natureza”, que integra a programação anual promovida pela ONG Climate Group, cujo objetivo é propor ações de curto prazo para reduzir os impactos no clima. “O grande diferencial é que o poder público está promovendo a restauração e fazendo um chamamento para a iniciativa privada, garantindo condições para que isso possa ser feito”, reiterou.
Ainda no evento, Helder Barbalho ressaltou que os estados subnacionais têm um papel decisivo na retomada da agenda de sustentabilidade do Brasil, reafirmando o protagonismo conquistado nos últimos anos, especialmente pelo Pará. Ao longo do dia, o governador também apresentou um plano de agricultura regenerativa do Pará.
“Temos a missão de entregar, até 2025, um cenário que não dialogue com nenhuma irregularidade ambiental, algo absolutamente inegociável para nós. O Brasil precisa chegar em 2025 com um cenário melhor, e os números nos mostram que é possível alcançar, a exemplo das constantes reduções do desmatamento, que têm sido bastante significativas. O Pará, no último mês de agosto, reduziu os alertas de desmatamento em 70%, e já nos primeiros dias de setembro em 78%, em comparação ao mesmo período do ano anterior, caminhando para fechar o ano de 2023 com uma importante entrega nessa agenda”, disse Helder.
A transição do uso do solo com um novo modelo econômico para a Amazônia voltou a ser abordada pelo governador. Essa é uma discussão que deve ser retomada na conferência climática COP 30, que será em Belém, em 2025. “Floresta viva, que consiste em biodiversidade e em bioeconomia, deve ser vista dentro da lógica das concessões florestais, de restauro. Não é possível imaginar que somente com a redução do desmatamento será possível zerar as nossas emissões. Portanto, a urgência posta é de redução de desmatamento e também de restauração das áreas antropizadas (já modificadas pela ação do homem)”, reiterou.
(Da Redação do Fato Regional)
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