A Polícia Federal está investigando um suposto grupo criminoso de desmatamento em Anapu, sudoeste do Pará, a cerca de 860 km de São Félix do Xingu. Nesta quinta-feira (5), os agentes deflagraram a operação “Stang”, para cumprimento de 9 mandados de prisão preventiva e 10 mandados de busca e apreensão. A operação contou com apoio da Polícia Rodoviária Federal (PRF).
A operação é contra um grupo organizado de madeireiros, que segundo a Polícia Federal, desmata a região e usa uma rede de “olheiros”, para avisar sobre a chegada de órgãos de fiscalização e segurança. Foram apreendidas armas, veículos, aparelhos celulares e documentos. A Justiça Federal autorizou a apreensão de bens em até R$ 1 milhão de cada um dos 12 investigados. Quatro alvos foram presos.
Três dos suspeitos são investigados por desmatamento sem autorização; os outros fazem parte de um esquema organizado para alertar sobre a chegada de operações ambientais. Pela investigação, eram cobrados R$ 200 por membro para se passar informações sobre movimentação de órgãos de fiscalização e policiais. O lucro mensal podia ultrapassar R$ 40 mil.
“A exploração de madeira é altamente lucrativa na região. 50 árvores de ipê, cerradas, poderiam render cerca de R$ 1 milhão na exportação. Madeira de castanheiras – cujo corte é proibido, por estarem ameaçadas de extinção – e angelim-pedra também eram alvos dos criminosos. São investigados crimes de organização criminosa, desmatamento, receptação, dificultar fiscalização ambiental, ocultação de patrimônio e estelionato”, diz nota da PF.
A região de Anapu se tornou mundialmente conhecida pelo assassinato de irmã Dorothy Mae Stang, em 2005, por madeireiros da região, daí o nome da operação. A missionária foi morta com seis tiros aos 73 anos de idade, após receber ameaças por conta da atuação em conflitos agrários e em favor da preservação do meio ambiente.
(Da Redação do Fato Regional)
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