A antiga planta da Marfrig em Tucumã, no sul do Pará, permanece sem previsão para voltar a funcionar. As atividades foram suspensas em 2020, devido a um reposicionamento da empresa. Posteriormente, as operações do frigorífico foram compradas pela gigante do setor de carne bovina e exportação de boi vivo Minerva Foods, em agosto deste ano, por R$ 7,5 bilhões. Toda a transação está em análise de autoridades concorrenciais.
Justamente por conta dessa análise da transação — não muito diferente das operações da Nestlé na compra da Garoto, da Brasil Cacau e da Kopenhagen —, a assessoria de imprensa da Minerva Foods não informou ao Fato Regional qualquer estimativa de prazo para retomada das operações de Tucumã ou de qualquer outra unidade da Marfrig adquirida na compra, que somou 45 unidades espalhadas pelo Brasil, Chile, Paraguai, Argentina, Uruguai, Colômbia e Austrália.
Por nota enviada à Redação do Fato Regional, a Minerva Foods informou: “A transação para aquisição das plantas de abate e desossa de bovinos e ovinos da Marfrig na América do Sul está sujeita à análise e aprovação das autoridades concorrenciais”. E somente isso, de forma bem direta. Na data da compra das operações, a Minerva divulgou que poderia ampliar a capacidade de produção em 44%, passando de 29 mil cabeças de gado por dia para mais de 42 mil. A receita líquida estimada chega a R$ 50 bilhões.
Em Tucumã, a planta da Marfrig era operada por 750 funcionários, em 2020. À época, a suspensão das atividades causou muita preocupação ao município, que solicitou apoio ao Governo do Pará e ao Ministério da Agricultura e da Pecuária (Mapa) para conter a crise que seria gerada com o desemprego. Desde então, a planta tem ficado abandonada e na memória do povo tucumaense, aguardando a retomada e todas as receitas que podem ser geradas ao Estado e à prefeitura.
(Victor Furtado, da Redação do Fato Regional. Reprodução somente mediante autorização)
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