Um agente do Detran foi denunciado pelo Ministério Público do Estado do Pará por crime de feminicídio. Diógenes dos Santos Samaritano é acusado de espancar a companheira e depois jogá-la do segundo andar da casa onde viviam, em Parauapebas, sudeste do estado. As informações foram divulgadas nesta quarta-feira (17).
A morte de Dayse Dyana Sousa e Silva ocorreu no dia 31 de março de 2019, na presença do filho do casal de apenas quatro anos de idade. O Ministério Público apresentou as qualificadoras de motivo fútil, impossibilidade de defesa da vítima e tentativa de asfixia.
Consta dos autos que a vítima foi espancada até desmaiar e depois foi arremessada de uma janela. De acordo com o MPPA, Diógenes Samaritano trabalha como agente de trânsito no Detran-PA e já responde por outros processos em virtude de ter cometido crimes contra a administração pública por abuso de autoridade, concussão, entre outros.
Segundo o inquérito, as testemunhas ouvidas na fase de inquérito policial e que conheciam o casal, disseram que desde o início do relacionamento a vida conjugal de Dayse e Diógenes era bastante conturbada, permeada por contínuas agressões físicas, violências psicológicas, ameaças, privações financeiras e uma série de humilhações, promovidas pelo acusado.
O acusado, inclusive, foi condenado no mês de fevereiro deste ano, após denúncia oferecida pelo Ministério Público, pelo crime de lesão corporal e ameaça cometido em outubro de 2016 contra Dayse Silva, no qual teria quebrado o braço de sua companheira e provocado traumatismo craniano em decorrência de uma série de socos e murros aplicados contra a vítima.
“Todas estas circunstâncias demonstram que Dayse era vítima de um relacionamento abusivo, desde os seus primeiros meses como companheira de Diógenes e as agressões físicas e psicológicas eram diárias e pautadas na vulnerabilidade de seu gênero, a qual o imputado se beneficiava para o cometimento dos seus atos criminosos”, destacou na denúncia a promotora Magdalena Teixeira.
O Laudo Necroscópico Provisório constante dos autos indica que houve múltiplas lesões, decorrentes de espancamento e que, apesar do episódio da queda e da ofendida apresentar as lesões compatíveis com esta, o espancamento ocorreu antes da queda
A promotora de Justiça Magdalena Teixeira requereu na semana passada ao juízo da 1ª Vara Criminal de Parauapebas a transferência do indiciado para o presídio Anastácio das Neves em Santa Isabel. O que foi atendido pela Justiça.
“Os depoimentos das testemunhas que foram uníssonas em apontar a autoria do crime por parte de Diógenes, assim como os Laudos Necroscópico e de Perícia no Local do Crime, as fotografias e outros documentos acostados aos autos, indicam a ocorrência do trágico crime de feminicídio”, conclui a promotora.
Fonte: G1 Pará