Uma possível falha de segurança no Sistema Único de Informações de Benefícios (Suibe), uma base dados do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), pode ter exposto a vazamento dados de cerca de 39 milhões de beneficiários. A informação foi publicada pelo jornal Folha de São Paulo e as suspeitas foram confirmadas pelo presidente da autarquia. No Pará, mais de 784 mil beneficiários — pelos dados de fevereiro deste ano — podem ter sido prejudicados.
Assinada pela jornalista Indiana Tomazelli, a reportagem aponta que o Suibe vinha sendo alvo de queixas devido à notificação de benefícios concedidos por terceiro. Por exemplo: a pessoa nem sabia que havia sido contemplada com um benefício ou aposentadoria, mas já tinha bancos e outras instituições oferecendo empréstimos e outros produtos. Tudo foi confirmado pelo presidente do INSS, Alessandro Stefanutto.
Além dos produtos, o que mais preocupa o INSS é a possibilidade de que dados tenham sido vazados para ações fraudulentas. Dados pessoais e altamente sensíveis constavam no Suibe. Esses dados compunham os boletins estatísticos da Previdência Social, que ajudavam no controle externo e transparência. O sistema foi encerrado e o último boletim foi em fevereiro, que apontava mais de 784 mil beneficiários do Regime Geral de Previdência Social (RGPS) no Pará.
À reportagem da Folha, o INSS diz não ter provas concretas de que houve vazamento de dados do Suibe, mas o órgão acumula um histórico de reclamações de segurados que souberam da concessão do benefício por meio de terceiros. Stefanutto acredita que o vazamento tenha relação com as fraudes, porque as reclamações na ouvidoria envolvendo empréstimo consignado caíram a 405 em maio, enquanto de janeiro e março, a média foi de 943 registros mensais.
“Uma fonte de vazamento, provavelmente, era lá, porque as pessoas roubam a senha dos outros. Alguém também decidiu ceder ao crime organizado. Daí vende isso para as financeiras, provavelmente. Por isso o cara liga para vender empréstimo consignado. Arranjou o telefone, arranjou tudo, porque lá tem dados cadastrais das pessoas”, afirmou o presidente do INSS à Folha de São Paulo.
Os chamados usuários externos do Suibe são servidores de outros ministérios ou representantes de órgãos que utilizam as informações da Previdência para desenvolver alguma tarefa. Por exemplo: Advocacia-Geral da União (AGU) recorre ao sistema para obter dados e defender a União em ações judiciais. O problema, diz o presidente do INSS, é que não havia controle para garantir a revogação da senha do usuário que deixasse o órgão ou a administração pública.
(Victor Furtado, da Redação do Fato Regional, com base na reportagem de Indiana Tomazelli, da Folha de São Paulo)
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