O deputado federal Eder Mauro, do PL do Pará, é alvo de duas denúncias de agressões físicas. Os dois casos ocorreram nesta quarta-feira (5), durante reuniões de diferentes comissões que tiveram resultados que desagradaram a extrema-direita. Em um caso, ele e um assessor são acusados de agredirem física e moralmente um visitante. No outro, ele teria acertado chutes no deputado Rogério Correia (PT-MG), que ficou com a perna machucada.
Este dia 5 de junho de 2024 ficou marcado por brigas, ofensas, palavrões, agressões físicas e morais e alguns deputados quase foram às vias de fato, como foi o caso de André Janones (Avante-MG) — que escapou da perda de mandato por uma acusação de supostamente promover “rachadinhas” no gabinete dele, semelhantes às mesmas apontadas nos gabinetes da família Bolsonaro que nunca foram punidas — e Nikolas Ferreira (PL-MG).
Numa das discussões, após Janones ser absolvido na Comissão de Ética do processo das supostas “rachadinhas”, o deputado do Avante-MG provocou e chamou Nikolas para a briga. Eder Mauro se exaltou e assim como muitos outros parlamentares, tentou ir para cima de Janones para esquentar a briga. No empurra-empurra, foi o momento que Rogério Correia, que tentou contê-lo, foi atingido. O petista afirmou que foi o paraense que o atingiu.
Mais uma vez deputados bolsonaristas não conseguem lidar com a derrota e, em completo descontrole, partem para a agressão física a colegas parlamentares durante sessão do Conselho de Ética. Na tentativa de defender os deputados das agressões físicas e verbais, sofri chutes e… pic.twitter.com/6E7ksplyXF
— Rogério Correia (@RogerioCorreia_) June 6, 2024
Deputada passa mal e Eder Mauro se envolve em outra briga
Na Comissão de Direitos Humanos, outra discussão. A deputada federal Luiz Erundina (PSOL-SP), uma parlamentar de 89 anos, falava sobre um projeto de lei sobre locais usados para repressão e violência na ditadura militar. Deputados bolsonaristas de extrema-direita, começaram a gritar e agredi-la verbalmente. Ela ficou nervosa, passou mal e teve de ser socorrida. A sessão foi interrompida.
Foi nesse intervalo que o bancário Bruno Silva, que tentava levar uma proposta ao deputado Lindbergh Farias (PT-RJ) sobre a taxa de juros do Banco Central. Mas em meio ao clima de confusão, ele se exaltou e gritou “Bolsonaro na cadeia”. Isso irritou não apenas Eder Mauro, como outros deputados de extrema-direita. Mas só Eder Mauro partiu violentamente para cima do visitante da casa.
Na confusão, Eder Mauro empurrou o bancário com o ombro. Ao lado do deputado paraense, um homem que disse ser assessor dele, mas ainda não foi identificado, deu dois tapas em Bruno Silva. A confusão foi apartada, ainda que muitas outras brigas, desrespeito e discussões vazias tenham ocorrido no dia. E assim, levado o nível do parlamento a um dos mais baixos da história. Tudo sem qualquer intervenção do presidente Arthur Lira (PP-AL), que vem ignorando as sistemáticas quebras de decoro parlamentar.
O PSOL e o PT fizeram representações contra o deputado paraense, que é pré-candidato a prefeito de Belém, no Conselho de Ética da Câmara. Porém, como tem sido uma prática recorrente, a denúncia pode dar em nada. E assim, o nível da Câmara dos Deputados seguirá sem discutir propostas que realmente melhorem a vida do povo. Somente serão palco para “lacração” e produção de conteúdos para redes sociais em busca de votos e likes.
(Victor Furtado, da Redação do Fato Regional)
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