No mês de setembro deste ano, o Pará teve uma redução de 37% nos alertas de desmatamento, em comparação com o mesmo período de 2023. Os dados são do sistema de Detecção de Desmatamento em Tempo Real (Deter) do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) e foram analisados pela Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Sustentabilidade (Semas). A área desmatada no período de amostra saiu de 315 km² para 198 km².
Nos 15 municípios listados no Decreto nº 2.887, de Emergência Ambiental e combate ao desmatamento, a redução em setembro foi de 52 km² (31%), diante dos 117 km² de área recoberta por alertas registrados em setembro de 2023 e contra 168 km² em 2022. Os municípios que constam no decreto são Altamira, Anapu, São Félix do Xingu, Pacajá, Novo Progresso, Itaituba, Portel, Senador José Porfírio, Novo Repartimento, Uruará, Rurópolis, Placas, Trairão, Jacareacanga e Medicilândia.
“O registro de setembro de 2024 é o segundo menor de toda a série histórica, desde 2019, e se comparado com 2022, quando a área recoberta por alertas era de 531 km², temos uma redução ainda maior, de 63%. Isso mostra o quanto as ações do estado têm sido eficazes para combater o desmatamento e especialmente em um momento crucial como este, de combate a queimadas e em que os efeitos das mudanças climáticas se impõem”, explica o titular da Semas, Raul Protázio Romão.
Para o governador Helder Barbalho (MDB), os resultados são positivos e marcam a eficácia das medidas adotadas pelo estado no combate ao desmatamento ilegal. A confirmação da redução ocorre em um momento importante, em que o estado concentra esforços em ações de combate à crise das queimadas, que já foram intensificadas com a declaração de estado de emergência ambiental.
“Estamos, comprovadamente, em uma trajetória de queda do desmatamento no Pará, mesmo em meio às queimadas que vem afetando não só a Amazônia, mas o Cerrado e o Pantanal também. O Pará ter redução neste momento é a prova de que a fiscalização e o combate aos crimes ambientais seguem firmes e vêm dando resultados. Com um conjunto de políticas públicas de transformação do uso da terra, estamos estimulando um processo de transição que vem comprovando que a floresta tem mais valor quando está de pé e viva e este resultado é mais uma evidência disso”, declara o governador.
Sede da COP 30 em 2025, o Pará tem desenvolvido um conjunto de políticas públicas estratégicas para estimular a transformação do uso da terra, oferecendo alternativas ao desmatamento como fonte de renda. Com o projeto de Pagamento por Serviços Ambientais ‘Valoriza Territórios Sustentáveis’, produtores rurais são beneficiados com R$ 2,6 mil por hectare por serviços de regeneração, recuperação e conservação dos recursos naturais.
Há ainda o programa Pecuária Sustentável, o Estado, que já identifica o gado, garante o retorno de produtores ao comércio da carne a partir do compromisso com a recuperação de áreas anteriormente degradadas. E em setembro, o Pará se tornou o primeiro do Brasil e o primeiro estado subnacional do mundo a vender quase R$ 1 bilhão em créditos de carbono e garantir financiamento da Coalizão LEAF, para apoiar seus esforços de redução do desmatamento.
“Tal feito celebra um novo tempo em que a preservação da floresta se prova rentável e ajuda a financiar políticas públicas para manutenção dos modos de vida de comunidades tradicionais e o desenvolvimento sustentável”, conclui o governador Helder Barbalho.
(Victor Furtado, da Redação do Fato Regional, com informações da Agência Pará)
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