sexta-feira, 10 de maio de 2024

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Mel agridoce é iguaria da meliponicultura paraense

Os produtores dizem que o mel agridoce apresenta mais compostos nutricionais, antioxidantes e antiinflamatórios, como flavonóides, o que aumenta de forma significativa, também, as propriedades medicinais.
O mel Raynah é um dos exemplos da rara produção de mel agridoce. (Foto: Veloso Jr. / Ascom Emater)

O Pará possui o mel “agridoce”, produzido a partir do néctar coletado por abelhas uruçu-cinzentas, da copa das árvores mais altas, sobretudo bacurizeiros. É um produto raro e limitado, produzido na floresta nativa de Bragança, região do Salgado.

As colmeias da espécie sem ferrão (Melípona fasciculata) estão instaladas em propriedades da agricultura familiar do município, atendidas pelo escritório local da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado do Pará (Emater).

Uma delas é o sítio Boa Esperança, na comunidade Pratinha. A Família Alves extrai e comercializa o mel agridoce, já com certificação pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa). São até 30 quilos por ano, a partir de 60 caixas.

A microempresa de tecnologia agroecológica é conhecida como Mel Raynah (junção lírica das primeiras sílabas do patriarca e da matriarca: Raimundo e Inácia). Os seis filhos (quatro homens e duas mulheres) trabalham cada um em uma função determinada dentro do negócio.

A meliponicultura (criação de abelhas sem ferrão) é considerada sustentável e acessível. A partir da atividade, é possível uma multiplicidade de iguarias. “Muitas variáveis definem o resultado do mel: tipo de abelha, tipo de florada, até a distância das colmeias e floradas em relação a mangues e outras fontes de água”, explica o engenheiro agrônomo da Emater Wildson Moraes.

Produção seletiva e mel diferenciado

“A produção desse tipo de abelha é bem mais seletiva. Digamos que é de no máximo um quarto, em comparação às abelhas mais comuns, as africanizadas com ferrão [Appis melífera]. Fora isso, existem peculiaridades na estrutura interna das colmeias e, por conseguinte, no próprio manejo”, explica a meliponicultora Michelle Alves.

De certa raridade, o mel “agridoce” é bem menos viscoso do que o mel comum e nitidamente mais claro. O sabor é suave, mas temperado. Algumas pessoas mais sensíveis comparam com gosto de mistura com limão. “É um excelente remédio e está sendo revelado, pouco a pouco, como um alimento diferenciado para a cozinha gourmet”, indica Alves.

Os produtores dizem que o mel agridoce apresenta mais compostos nutricionais, antioxidantes e antiinflamatórios, como flavonóides, o que aumenta de forma significativa, também, as propriedades medicinais.

O vidro com 200 ml custa R$ 20 e, com 500 ml, R$ 50. O mel “agridoce” pode ser adquirido em canal direto com os produtores. Há delivery semanal em Belém e Ananindeua, com taxa de entrega entre R$ 5 e R$ 10.

Outra alternativa de compra, presencial, é até as 12h desta sexta-feira (2), no escritório central da Emater, região metropolitana de Belém, onde se realiza, desde quarta-feira (30), a 16ª Edição da Vitrine Artesanal, com entrada livre.

O evento é a retomada, pela Emater, da feira itinerante de produtos agroecológicos, interrompida por mais de seis meses por conta da pandemia da covid-19. Para prevenir contaminação, as barracas estão dispostas com distanciamento e todos os participantes e visitantes são obrigados a usar máscara. Pias com água e sabão e totens com álcool em gel estão espalhados pelo ambiente.

Onde adquirir o mel agridoce


Sítio Boa Esperança – Mel Raynah
Rodovia BR-308, km 196, Bragança, Pará.
Telefones: (91) 98459-4623/ (91) 98446-2256
E-mail: sbetagro@gmail.com
Instagram: @melraynah.

(Fonte: Agência Pará, com edição da Redação Fato Regional)