Em entrevista exclusiva ao Fato Regional, o prefeito de São Félix do Xingu, João Cleber Torres (MDB), fez uma análise sobre a gestão durante 2023. Para ele, foi um ano marcado pela conclusão de várias obras de infraestrutura e integração dos distritos da cidade, além do início de projetos grandiosos para o município. Tudo isso, disse, é fruto de um governo bem articulado e com ótimas relações com o Governo do Pará e com os parlamentos municipal, estadual e federal.
Em linhas gerais, como o senhor avalia a gestão em 2023?
Eu estou feliz. E muito satisfeito com a nossa equipe de secretários e servidores que em mais um ano trabalhou muito por nosso município, de forma disciplinada, dedicada e avançamos muito em 2023. Certamente 2024 será ainda melhor. Eu começo agradecendo a todas as pessoas que me cercam, apoiam, ajudam e que trabalham comigo e nossa gestão.
Cometemos erros. E no que erramos, é ser humilde em reconhecer e trabalhar para não errar de novo. Ninguém consegue ser perfeito e o que almejo não é ser perfeito. Busco ser um prefeito humano, que erre menos, seja capaz de melhorar sempre e possa trazer coisas boas para a população xinguense em todos os setores.
Motivo de muita cobrança em todas as gestões públicas, o que o senhor pode dizer sobre avanços na saúde em 2023?
Saúde é uma questão humanitária e precisa ser feita com carinho. Por isso temos um lema na saúde de São Félix do Xingu que é “saúde feita com amor”.
Aumentamos significativamente a nossa estrutura e criamos novas frentes de atendimento, como estabelecer a telemedicina. Conseguimos também um convênio e podemos fazer 100 consultas oftalmológicas por dia. Somo um município campeão de cirurgias eletivas na região sul do Pará, com uma equipe de 4 cirurgiões, seja para procedimentos eletivos, seja em casos de urgência e emergência.
Fizemos muitos investimentos para garantir os estoques de medicações e com abastecimento mensal para as 17 unidades de saúde, a UPA, a URE, o hospital municipal, a maternidade…. é uma estrutura muito grande e que precisa estar sempre pronta para atender todo mundo. E constantemente, estivemos aportando recursos próprios da prefeitura para garantir esse abastecimento de remédios e insumos, pois o que vem das verbas federais não tem sido suficiente para pagar nem a folha.
Mesmo assim, graças a parcerias, convênios e uma gestão muito disciplinada e que respeito o dinheiro público, compramos ambulâncias e seguimos mantendo e atendendo a todas as pessoas de nossa cidade com carinho, acolhimento e da melhor forma possível.
E, de forma particular, meu irmão, o deputado Torrinho, e eu disponibilizamos o avião de nossa família, sem cobrar nada de ninguém, para ajudar em resgates e transferências de pacientes, algo que fazíamos mesmo antes de sermos políticos. Graças a Deus, temos condição de prestar esse serviço e atender pessoas de localidades rurais e mais afastadas.
Todas as prefeituras de todo o Brasil são muito cobradas por obras de saneamento e infraestrutura. O que o senhor pode dizer sobre o que foi feito nesses setores em 2023?
Uma das coisas mais importantes é que estamos retomando obras paradas na gestão anterior. Na minha última gestão, eu deixei R$ 51 milhões em caixa para obras de saneamento e infraestrutura que já haviam sido licitadas. Mas quando retornei, descobri que essas obras não andaram e estamos licitando novamente.
Com o apoio do deputado Priante, conseguimos mais recursos para obras nesses setores, através de emendas e convênios com o Ministério das Cidades e também com o Governo do Pará, através do nosso governador Helder Barbalho.
Teremos quase 20 quilômetros de pavimentação em várias ruas, garantimos os recursos para esgotamento sanitário no bairro São José e drenagem na rua América, que vai acabar com os alagamentos históricos e que são motivo de frustração e prejuízos ao comércio local. Conseguimos ainda mais R$ 61 milhões para um ambicioso projeto de saneamento do bairro Planalto e no bairro Liberdade.
Para facilitar o escoamento das águas dos rios e garantir a mobilidade da população, neste ano de 2023 instalamos mais de 5 mil manilhas e 200 aduelas de concreto, dando seguimento a um projeto grandioso de modernização da infraestrutura viária de acabar com as pontes de madeira e deixar tudo em concreto, que além de ser ambientalmente melhor, são duradouras para próximas gerações.
E em relação aos distritos e integração da zona rural de um município tão grande quanto São Félix do Xingu, repleto de comunidades afastadas do centro urbano?
Neste ano de 2023 demos vários passos importantes para obras de integração e valorização dos moradores dos distritos, das comunidades rurais e principalmente dos produtores rurais que são a força da economia de São Félix do Xingu e precisam de integração para escoar a produção e ter acesso a serviços. A agronegócio e os pequenos produtores não podem parar.
Atualmente estamos com obras na Taboca, recuperando as estradas e levando mais estrutura de mobilidade para as pessoas, mas precisamos sempre dar manutenção. Está faltando pouca coisa nesse sentido para equipar e estruturar a Taboca. A população exige do gestor, tem direito e obrigação de cobrar, e nós temos o dever de atender.
Temos ainda recuperação das estradas no Plano Dourado, na Ladeira Vermelha. Recentemente recuperamos a ponte de 140 metros sobre o rio Triunfo que estava danificada e causando acidentes, mas com recursos próprios ela já está disponível novamente. Temos ainda outra ponte de 50 metros recuperada entre o Plano Dourado e Marabá; outra ponte de 50 metros sobre o rio Negro; e outras integrações estruturais com as regiões do Pombal, Primavera, Central…
Há ainda obras na vicinal São Geraldo, no Belauto, que receberam também pontes de concreto, e logo terá uma ponte de concreto sobre o rio Pium, na Taboca, no rio Pium.
Quando concluir a ponte do rio Fresco, graças à parceria do Governo do Pará, vai ser um divisor de água e que vai transformar a integração do nosso município com as regiões do Nereu, Campo Verde e principalmente a Taboca, beneficiando mais de 130 mil pessoas diretamente.
O senhor costuma dizer que há muitas obras sociais no município, que são trabalhos importantes e que nem sempre são vistos pela sociedade. Explique o que são essas obras sociais e como impactam a vida do povo xinguense.
Um exemplo são as comunidades ribeirinhas e indígenas. No começo do ano sofremos com um inverno muito rigoroso e que provocou transbordamento do rio Xingu. E agora uma seca muito grave que afetou o rio. Parte do trabalho social é estar atento a essas demandas e poder socorrer o povo com medidas para mitigar o sofrimento. Temos trabalhado com a Defesa Civil e a Secretaria de Trabalho e Promoção Social, cadastrando famílias em programas, benefícios, entregando cestas básicas e água.
Preciso destacar que as equipes de ação social fazem um trabalho muito importante e bonito, que tem beneficiado a população em vulnerabilidade social, comprando frutas, verduras e polpas para fazer doações de alimentos pelo Programa de Aquisição de Alimentos (PAA), que em São Félix do Xingu é um dos maiores e mais robustos na região da PA-279 e beneficia de 350 a 620 famílias. Nossa alimentação escolar também é comprada dos pequenos produtores e temos 46 cadastrados para o fornecimento. Esse segmento de ações ainda beneficia a agricultura familiar.
Nossas ações sociais também incluem a entrega de sementes, cursos, capacitação e investimentos nas comunidades mais vulneráveis para gerar emprego e renda. E há ainda investimentos no esporte, no lazer, na cultura e no turismo. São muitas ações que realmente, nem sempre são vistas, mas que impactam positivamente a vida a população.
Por fim, o investimento no futuro: quais os ações relacionadas à educação do município neste ano?
Educação é uma forma de cuidado. Sem educação forte, não tem sociedade independente e avanços para nossas futuras gerações trazem progressos e desenvolvimento para a nossa cidade e região. E nossos trabalhos nesse segmento começam na educação básica e chegam até articulações para o ensino superior.
Nossa rede tem 116 escolas e muitas estão na zona rural. Ainda que com dificuldades, mantivemos o pagamento dos salários dos professores, que tiveram aumentos recentes. Mantivemos também as 70 linhas escolares, terrestres e fluviais. Fizemos reformas, ampliações, construções e obras que beneficiam principalmente as comunidades mais afastadas como Terra Roxa, Murade, Globo Verde, Nereu e Planalto. Por sinal, o Nereu terá uma creche, pelo programa estadual “Creches por todo o Pará”.
Neste ano conseguimos, pelo Governo do Pará e o programa “Forma Pará”, trazer o curso de Medicina Veterinária pela Unifesspa e o deputado Torrinho está buscando trazer também o curso de Direito. E no Ensino Médio, teremos duas novas escolas grandes, com 12 salas, sendo uma na Taboca e outra no setor União.
Vamos entrar 2024 com mais pé no chão e em vistas de melhorias, com o desafio de melhorar o IDEB. Mas vamos conseguir. E da mesma forma que estivemos tocando esta gestão, vamos superar esse desafio também: com união, trabalho e parcerias para buscar o melhor para São Félix do Xingu.
(Victor Furtado, da Redação do Fato Regional)
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