O Sicredi realizou um café da manhã com jornalistas em Belém, nesta terça-feira (14). No evento, foram apresentados planos da primeira instituição financeira cooperativa do Brasil para o estado. Com exclusividade ao Fato Regional, o gerente de Desenvolvimento de Negócios da Sicredi Sudoeste, Jonathas Guilherme Oliveira de Santana, fez análises específicas sobre o Sul do Pará e destacou o potencial do agronegócio da região.
No evento, o Sicredi apresentou o plano de estar presente com uma agência ou escritório em cada um dos 144 municípios do Pará. E um dos próximos na região sul do estado será Bannach. Em 25 municípios, possivelmente será a única instituição financeira presente, levando os conceitos do cooperativismo e soluções de crédito personalizadas para cada cliente.
“Nosso plano agora, até o final do ano de 2024 é seguir no trabalho em dois pilares. Um é de associação — atualmente temos 265 mil associados — e outro de conhecimento e divulgação do modelo do cooperativismo, o que é uma cooperativa de crédito e vantagens de ser um cooperado. Para 2025 e 2026, queremos passar de 90 agências no Pará e chegar a 130 agência e 400 mil cooperados, estando em quase 70% de presença no estado”, comentou Seneri Paludo, diretor executivo da Central Sicredi Centro Norte.
Pesquisa recente do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), feita em parceria com o Sicredi, mostra que a cada R$ 35 mil que uma cooperativa de crédito libera, há contribuição direta para a geração de pelo menos um emprego. Durante o café da manhã e exposições feitas por representantes do Sicredi, foi defendido que o modelo de negócios da instituição visa construir uma cadeia de valor que beneficia o associado, a cooperativa e a comunidade local.
Confira a entrevista com Jonathas Guilherme Oliveira de Santana, gerente de Desenvolvimento de negócios do Sicredi Sudoeste:
FATO REGIONAL: O Sicredi está presente em 14 dos 15 municípios da Região de Integração do Araguaia, também chamada de Sul do Pará. Qual a avaliação do sistema para as oportunidades de investimentos e negócios da região?
JONATHAS GUILHERME: É uma região que temos visto grande potencial do Agronegócio e para onde temos levado soluções financeiras direcionadas para os produtores rurais. Trabalhos com propostas mais complexas, como repasses do BNDES e FNO, e consultoria para nossos cooperados da região. Temos muitos municípios de relevância na agricultura e cidades que se destacam na pecuária como Xinguara, onde o Sicredi presente. aproximando e fazendo relacionamento e o feedback é muito positivo. Produtores têm tido acesso a consultorias, recursos vêm tangibilizando resultados positivos. Nossas expectativas para o Sul do Pará são muito boas e certamente vamos revolucionar a região.
FR: Na premissa e conceito do Sicredi, consta a oferta de soluções de crédito para o agronegócio, um dos pilares da economia da região Sul do Pará. O agro, sobretudo da região em foco, tem se especializado na gestão financeira e buscado soluções mais inteligentes de crédito?
JONATHAS: Nossa missão e propósito é agregar renda nas comunidade locais. Nossos gerentes e colaboradores estão diretamente na realidade dos produtores rurais da região, conhecendo as rotinas, no manejo das produções e e até as demandas mais complexas de cada propriedade. Temos critérios específicos de atendimento de cada cliente e solicitação de recursos, indo desde o cadastro rural, viabilidade de negócios e operações e aplicação de recursos e acompanhamento do investimentos feitos.
FR: Há alguma previsão para a agência Sicredi Bannach, o único dos 15 municípios do Sul do Pará que ainda não tem uma agência ou escritório?
JONATHAS: É uma meta da cooperativa de estar presente em 100% dos municípios do Pará. E sim, já temos o projeto para Bannach. Nas demais cidades da região, estamos presente com agência ou pelo menos um escritório. Destacamos por exemplo Redenção, um município polo e muito estratégico para nossas operações. Por isso estamos intensificando nossa atuação lá e em breve devemos abrir mais uma agência.
FR: Há alguma análise, projeção ou prospecção de recomendações e orientações aos clientes do Pará, sobretudo da região Sul do estado, para os futuros impactos econômicos que a crise climática do Rio Grande do Sul deve gerar para as regiões que têm no agro a principal vocação produtiva?
JONATHAS: O Rio Grande do Sul tem uma catástrofe que ainda não podemos mensurar os impactos para o Brasil e o mundo. Nossa orientação é que não só o Sul do Pará, outras regiões do estado e todo o país, os produtores rurais terão de ser mais eficientes na gestão das áreas onde podem produzir, porque haverá demanda. Por ora, o Governo Federal conseguiu contratos para importar arroz, mas os produtores devem estar atentos porque esse gap pode ocorrer e terá de ser suprido. E também é momento de refletir e olhar para o que causamos de impactos.
FR: De que modo o cooperativismo ainda pode crescer no Sul do Pará — ou em todo o estado, de modo geral — como uma alternativa para o desenvolvimento da economia estadual?
JONATHAS: Olhando para o Pará como um todo, temos um estado populoso e brilha aos olhos a oportunidade de apresentar o cooperativismo, desde o pequeno distrito com 10 mil pessoas a um grande centro urbano como Belém. O paraense está muito atento e aberto ao modelo de negócios do cooperativismo e estamos otimistas em avançar não só no Sul do Pará. Hoje estamos em 70 municípios. Estamos construindo uma jornada de uma década no estado e toda a população, eventualmente, vai conhecer o Sicredi.
(Victor Furtado, da Redação do Fato Regional)
LEIA MAIS, NO FATO REGIONAL:
- Ex-deputado Wlad deve voltar à cadeia após o TRE do Pará revogar Habeas Corpus
- Setor produtivo do Brasil apoia projeto de lei que revisa isenção tributária para importados de até US$ 50
- Juros e dívida do Rio Grande do Sul serão suspensos por 36 meses pelo Governo Lula
- ‘Pará pode ser um dos maiores polos de produção de cobre do mundo’, avalia Eduardo de Come, CEO da EroBrasil