Nos últimos dias, 10 estados vêm apresentando problemas pontuais em abastecimento de diesel. O problema ainda não está num cenário mais geral, mas entidades representativas dos postos de todo o Brasil falam em risco de desabastecimento. A Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) começou a investigar o caso, questionando a Petrobras e as empresas.
O Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo, Gás Natural, Biocombustíveis e Lojas de Conveniência do Estado do Pará (Sindicombustíveis-PA) divulgou uma nota em que fala do suposto risco de desabastecimento. A nota atribui culpa à Petrobras. A entidade também cobra soluções conjuntas. Na prática, os postos não estariam conseguindo competir com os preços da Petrobras.
“O Sindicombustíveis vem a público alertar para a preocupante possibilidade de desabastecimento de diesel nos postos de revendedores devido restrições e cancelamentos de pedidos por parte das companhias distribuidoras”, diz a nota. Há críticas à nova política de preços da Petrobras, que teria gerado desestímulos às importações e afetado a disponibilidade de combustível no mercado interno.
Entre o governo de Michel Temer (MDB) e Jair Bolsonaro (PL) vigorou uma política de preços diferente, na qual o combustível vendido dentro do Brasil era pareado com o preço internacional e ajustado ao dólar. Isso gerou um aumento de preços e instabilidades nos custos aos consumidores internos, que viam aumentos constantes e que não tinham exatamente a ver com a carga de impostos. No governo Lula (PT), a Petrobras voltou a regular os preços de acordo com o mercado interno.
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“A Petrobras não é autossuficiente na produção do combustível e grande parte é importado”, segue a nota. O Sindicombustíveis-PA cita fatores combinados que têm criado “…um ambiente desafiador para os postos, que enfrentam dificuldade em manter abastecimento estável”.
Por outro lado, a Federação Única dos Petroleiros (FUP) discorda do suposto risco de desabastecimento e diz que empresários estão fazendo um “ataque especulativo”, tentando formar estoques, forçar uma crise e obrigar a Petrobras a subir os preços. A ANP, por enquanto, não encontrou evidências reais de uma crise ou risco de desabastecimento.
(Victor Furtado, da Redação do Fato Regional)
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