sábado, 23 de novembro de 2024

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Hospitais paraenses alertam sobre a prevenção e diagnóstico precoce de doenças renais

Foto: Pró-Saúde

Segundo a Sociedade Brasileira de Nefrologia (SBN), o Brasil possui mais de 140 mil pacientes renais, que realizam hemodiálise – terapia em que uma máquina faz o trabalho de limpeza e filtragem do sangue, quando o rim não funciona corretamente –, regularmente no país. A estimativa é que em 2.040, as doenças renais estejam entre as cinco maiores causas de morte no mundo.

Os rins desempenham várias funções no organismo, sendo a principal delas a filtragem de todo o sangue do corpo, eliminando impurezas. Se não tratadas, as alterações que afetam o órgão podem evoluir para um quadro crônico, que consiste na perda de maneira definitiva da função renal.

Para ajudar na prevenção, especialistas dos Hospitais Regionais do Governo do Estado do Pará, localizados nas cidades de Altamira, Marabá e Santarém, que atuam como referência em nefrologia e são gerenciados pela Pró-Saúde, alertam sobre a importância do diagnóstico precoce e dão dicas de prevenção.

De acordo com Eduardo Anjos, nefrologista do Hospital Regional Público da Transamazônica (HRPT), em Altamira, por ser uma doença silenciosa, a maioria das pessoas pode não apresentar sintomas graves até que a doença renal esteja avançada. Por isso, é importante estar atento a alguns sinais que o corpo transmite.

Os principais sintomas da doença renal são: pressão alta, inchaço ao redor dos olhos e nas pernas, fraqueza constante, náuseas e vômitos frequentes, dor lombar e histórico de pedras nos rins.

“Um ponto essencial é em relação à urina, então qualquer dificuldade, queimação ou dor, urinar muitas vezes, principalmente à noite, e aspecto sanguinolento ou com presença de espuma, são sinais de alerta”, destaca o especialista da unidade, que é referência para nove municípios da região do Xingu e realiza em média 1,6 mil sessões de hemodiálise por mês.

“A maneira mais eficaz para identificar precocemente as doenças renais, é por meio de exames de sangue e urina, como o de creatinina”, destaca Lourisvaldo Gonçalves, nefrologista que atua no Hospital Regional do Sudeste do Pará -Dr. Geraldo Veloso (HRSP), em Marabá, onde são realizadas mais de mil sessões de hemodiálise mensalmente.

O especialista reforça que os indivíduos dos grupos de risco precisam ficar atentos e realizar regularmente exames periódicos para prevenir a doença. “As pessoas com mais riscos de desenvolver doenças renais crônicas são aquelas com diabetes mellitus, hipertensão arterial sistêmica, obesidade, antecedentes de problemas renais na família, histórico de cálculos renais e uso crônico de medicamentos, como anti-inflamatórios”, complementa Lourisvaldo.

Prevenção
As principais ações de prevenção da doença renal crônica estão relacionadas à adoção de hábitos saudáveis, como a prática regular de exercícios físicos, controle do peso e uma alimentação equilibrada e saudável, evitando o consumo de alimentos ricos em sódio e açúcar, multiprocessados, embutidos, refrigerantes, molhos e temperos prontos.

O médico nefrologista Emanuel Esposito, responsável técnico do Centro de Terapia Renal Substitutiva (CTRS), do Hospital Regional do Baixo Amazonas (HRBA), em Santarém, alerta que “80% do sal que consumimos vem desses tipos de alimentos. Por isso a importância desse conhecimento na prevenção da hipertensão, doenças renais e doenças cardíacas, que podem causar a insuficiência renal. Prefira descascar mais e abrir menos”.

A unidade, que atende pacientes de municípios da região Oeste do Pará nos serviços de hemodiálise, diálise peritoneal e ambulatório de nefrologia, realiza desde 2016 transplantes de rins e acompanha atualmente 205 pacientes em hemodiálise e 25 em diálise peritoneal, realizando uma média mensal de 2.500 sessões por mês.


Confira algumas práticas recomendadas para prevenir a doença:

• Praticar exercícios físicos regulares;
• Evitar o excesso de sal, carne vermelha e gorduras;
• Controle de peso corporal;
• Controle da pressão arterial;
• Controle do colesterol e da glicose;
• Não fumar;
• Não abusar de bebida alcoólica;
• Evitar o uso de anti-inflamatórios não hormonais;
• Ter cuidado com quadros de desidratação;
• Realizar, uma vez por ano, exames laboratoriais para avaliar a saúde dos rins: dosagem de creatinina no sangue e análise de urina;
• Consultar regularmente seu clínico;
• Não fazer uso de medicamentos sem prescrição médica.