Custódio Filho dos Santos, um dos presos durante a investigação da morte de Laudivan Rodrigues Neves, em Tucumã, no sul do Pará, está em liberdade. Após a audiência de custódia, nesta quarta-feira (28), o juiz Ramiro Almeida considerou que o suspeito cometeu o crime de vilipêndio de cadáver, desconsiderando as suspeitas de homicídio qualificado e ocultação de cadáver. Ele deixou a carceragem da Delegacia de Tucumã na manhã desta quinta-feira (29).
A comunidade policial de Tucumã está indignada. Amigos e familiares de Laudivan também. Pelas investigações que levaram à prisão de Custódio, em menos de 24 horas após o crime, ele seria quem teria cortado a cabeça da vítima e jogado o corpo no poço. Tudo ocorreu na noite de domingo (25). A cabeça de Laudivan foi encontrada num tronco, na manhã de segunda (26).
Entenda como o crime ocorreu, segundo a confissão dos suspeitos
O irmão de Custódio, Dejean do Santos, e o terceiro envolvido, Francival Carvalho, foram mantidos presos pelo juiz. Dejean confessou ter matado Laudivan após uma briga. Francival o acompanhou no primeiro crime. Custódio não foi responsável por tirar a vida do seleiro.
Nos relatos deles, após matar a vítima, contaram a Custódio, que resolveu voltar à chácara, na vicinal Matadouro, para garantir que o rapaz não ficasse vivo. Dejean não teria voltado ao local do homicídio, mas Francival voltou.
Ainda segundo as investigações, tudo teria ocorrido por um motivo fútil. Laudivan teria reclamado que Dejean teria furtado cordas da chácara onde a vítima morava. Revoltado, Dejean foi tomar satisfações com o seleiro. Uma briga ocorreu e terminou com a morte do homem de 47 anos, que era natural de Goiás.
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Advogado explica que Custódio não foi inocentado e vai responder ao processo em liberdade até a conclusão do inquérito
O advogado Wilson Huida foi nomeado para representar Dejean, Custódio e Francival durante a audiência de custódia desta quarta-feira (28). Na audiência, o juiz Ramiro Almeida decidiu manter Dejean e Francival presos, convertendo a prisão em flagrante para prisão preventiva. Com isso, serão encaminhados para o sistema prisional, em São Félix do Xingu.
Já Custódio, explica o advogado Wilson Huida, por enquanto, vai ficar em liberdade para responder ao processo. Ele não foi inocentado, como algumas pessoas possam pensar.
“O juiz entendeu que não havia necessidade de manter Custódio preso durante o processo, já que ele não teria sido responsável por tirar a vida de Laudivan. O magistrado entendeu que o crime cometido seria o de vilipêndio de cadáver, que tem uma pena muito menor. Esse crime seria algo como não respeitar e tratar com dignidade o corpo de uma pessoa morta”, ressaltou o advogado.
Por fim, Wilson Huida observou que apesar da decisão, o Ministério Público do Estado do Pará (MPPA) ainda pode oferecer denúncia e por outros crimes que não o vilipêndio de cadáver. O processo contra Custódio ainda não está concluído, já que o inquérito da PC ainda não foi concluído e nem iniciou a fase acusatória do processo.
(Da Redação do Fato Regional)
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