Desde janeiro deste ano, veículos de imprensa do sudeste do Brasil vinham levantando teses de que o Governo Federal estaria estudando um “plano B” para a COP 30, no ano que vem, caso Belém não ficasse pronta até lá. Não havia qualquer confirmação e as matérias eram totalmente especulativas, usando fontes que não se identificavam, sendo que o assunto só vinha sendo abordado pelo próprio presidente Lula (PT). Na tarde desta terça-feira (19), o governo resolveu acabar com todas as teorias. No Diário Oficial da União desta quarta-feira (20), mais uma confirmação: a criação de uma secretaria dedicada a organizar a conferência na Amazônia.
Por nota publicada pela Secretaria de Comunicação (Secom), o Governo Federal comunicou que “…reafirma que a 30ª Conferência sobre Mudanças Climáticas (COP-30) será realizada em Belém-PA, em novembro de 2025, conforme definido pela ONU. É compromisso desta gestão que a capital paraense sedie a conferência e disponha de infraestrutura e logística adequadas para receber o maior evento de discussão climática do mundo”. O Governo do Pará não se manifestou.
Em 2023, Belém foi sede do evento “Cúpula da Amazônia”, um evento global que serviu de “teste de estresse” para a COP 30 na capital paraense em relação a trânsito, segurança e capacidade de rede hoteleira. Desde então, vários investimentos vêm sendo feitos e Lula nunca havia dito outra coisa que não: “A COP 30 será em Belém, cidade no coração da Amazônia. Os líderes mundiais vão falar de Amazônia na Amazônia e com o povo da Amazônia”. Os gargalos foram identificados e estão passando por ajustes, como confirmaram os governos federal e estadual.
Um evento do porte da COP 30 atrai muitos interesses, já que a movimentação de delegações de 190 países representa uma circulação financeira imensa em todos os setores atrelados ao Turismo, principalmente hotelaria, gastronomia e transporte. O legado de um evento como esses tem como resultado maior e mais amplo as discussões sobre o meio ambiente que afetam a todo o planeta. Mas mais imediatamente, representa dinheiro, visibilidade e representatividade, investimentos futuros, emprego e desenvolvimento ao local sede. E é importante ressaltar que esses resultados não serão apenas focados na capital. Outros municípios serão impactados direta ou indiretamente.
Independente do que desejem vários atores dos setores sociais, econômicos e políticos do Sudeste do Brasil — expressados de forma anônima via imprensa —, Belém ainda é a sede oficial da COP 30. É o que decidiu a ONU. E é com essa meta que o Governo do Pará, na gestão do governador Helder Barbalho, e o Governo Federal vêm trabalhando para que a Amazônia, tão falada em eventos sobre o Meio Ambiente, seja palco das discussões que a envolvem.
Belém tem fragilidades e precisa de muitos investimentos para estar pronta para um evento desse porte. Não há qualquer dúvida disso. A confirmação dada pelo Governo Federal, no entanto, reforça a necessidade de que esses investimento sejam feitos e os ajustes estejam prontos o quanto antes.
(Victor Furtado, da Redação do Fato Regional)
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