O fotógrafo Adriano Machado, da agência Reuters, foi ouvido nesta terça-feira (15) pela Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do 8 de Janeiro. O fotojornalista estava cobrindo os atos, mas algo chamou a atenção: nos vídeos dos circuitos de segurança da Praça dos Três Poderes, ele cumprimentou manifestantes antidemocráticos. Entidades sindicais de jornalistas criticam a decisão e a convocação como atentado à liberdade de imprensa e criminalização da profissão.
Parlamentares da CPMI pediram a convocação dele afirmando que o fotógrafo Adriano Machado foi filmado confraternizando com manifestantes. É uma das poucas convocações em que houve concordância entre oposição ao governo Lula — que tenta dizer que o governo ou foi omisso ou articulou a tentativa de golpe — e a base aliada — que trata como tentativa de golpe de estado após as eleições 2022.
Para os parlamentares da esquerda, a convocação rendeu poucos questionamentos e que ressaltaram o trabalho do fotojornalista como atuação profissional. Parlamentares de direita tentar questionar o porquê de ele não ter sido preso, de ter dado voz de prisão aos manifestantes ou tentaram dizer que ele “combinou” as fotos dos manifestantes.
O senador Eduardo Girão (PL-SP) diz que Machado teve sua imagem registrada em vídeo, divulgado pela rede CNN, gravado no dia dos ataques aos prédios do Congresso, STF e Palácio do Planalto. Para Girão, o depoimento do fotógrafo ajudará a esclarecer diversos aspectos relacionados ao objeto de investigação da CPMI.
“Neste vídeo, ele aparece em companhia de manifestantes fazendo fotos flagrantemente planejadas e coreografadas, no interior do Palácio do Planalto, demonstrando familiaridade com aqueles que se encontravam no ambiente, além de estar protegido por aqueles que o acompanhavam, como se tudo estivesse combinado”, diz Girão no requerimento.
(Da Redação do Fato Regional, com informações da Agência Senado)
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