quinta-feira, 9 de maio de 2024

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Editora Abril tira do ar cerca de 311 matérias supostamente escritas por Inteligência Artificial com suspeita de plágio

Denúncia da Folha de São Paulo aponta que foram usados até mesmo trechos de publicações concorrentes da revista Bebê, veículo no qual a jornalista Vanessa Tavares — que aparentemente não existe — assinava a impressionante marca média de 12 extensas matérias por dia somente em janeiro. Caso pode levar a novas discussões sobre IA no jornalismo.
O uso de Inteligência Artificial segue gerando debates sobre como inserir o recurso nas diversas atividades, mas principalmente as que envolvem a produção de conteúdo (Foto: ₢Rawpick / Freepik / Via Agência Brasil)

A Folha de São Paulo fez um levantamento que aponta indícios de plágio e uso não informado de conteúdo criado por Inteligência Artificial na revista Bebê, da Editora Abril. O jornal revela que somente em janeiro, cerca de 311 conteúdos podem ter sido gerados automaticamente e usado até mesmo material de publicações concorrentes. Tudo sem qualquer aviso do uso do recurso tecnológico e assinados por uma jornalista que possivelmente não existe: Vanessa Tavares.

Após ser procurada pela Folha, a Editora Abril tirou do ar todo o material suspeito. Isso era equivalente a mais de 12 extensas matérias muito elaboradas diariamente pela mesma jornalista, algo irreal considerando o tamanho dos textos, complexidade e que a carga horária legal de um jornalista no Brasil — muitas vezes não cumprida e sendo estendida por meio de sucessivas horas extras — é de 5 horas diárias. A conta não fechava.

Não existe legislação que proíba o uso de inteligência artificial no jornalismo. No entanto, existem acordos informais entre os veículos de imprensa do Brasil de ser transparente e avisar que determinado conteúdo foi criado por uma IA e que esse material precisa passar por uma revisão de um profissional humano. É o mínimo de transparência com leitores e respeito pelo mercado da informação e a profissão do jornalista. Nada disso, aparentemente, ocorreu na revista Bebê da editora Abril. A editora não se pronunciou sobre o caso à Folha.

Por essas razões, quem consome informação pela internet deve ser criterioso com os conteúdos que lê, buscar saber se são materiais autorais ou meramente copiados e se foram gerados por inteligência artificial. O Fato Regional não utiliza conteúdos gerados por IA e conta com jornalista profissional, além de critérios editoriais rígidos inclusive sobre a menção de fontes. Esse é mais um momento que deve levar a população a pensar na valorização do jornalismo profissional.

(Victor Furtado, da Redação do Fato Regional, com informações da Folha de São Paulo)


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