quinta-feira, 21 de novembro de 2024

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Número de crianças do Pará vivendo na pobreza diminuiu 2% em 4 anos, diz Unicef; 91,2% ainda vivem em condições inadequadas

Em nível nacional, o Unicef aponta que a redução geral de crianças vivendo em condições de pobreza foi de 2,6%. Estudo foi divulgado na semana em que se celebrou o Dia das Crianças
O relatório aborda os diferentes níveis de pobreza, dos mais brandos aos mais graves e de risco, compreendendo o período de 2019 a 2022 (Foto: Antônio Cruz / Agência Brasil / Imagem Ilustrativa)

No Pará, o número de crianças vivendo em diferentes níveis de pobreza passou de 93,2% em 2019 para 91,2% em 2022. É o que revela o o relatório “Pobreza Multidimensional na Infância e Adolescência no Brasil”, lançado pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), na semana em que é celebrado o Dia das Crianças. Em nível nacional, a redução foi de menos de 2,6% no mesmo período, passando de 62,9% para 60,3%.

De modo geral no Brasil, entre as privações de direitos analisadas, o Unicef chama atenção para a piora na educação, principalmente no índice de analfabetismo. A proporção de crianças de 7 anos de idade que não sabem ler e escrever saltou de 20% para 40% entre 2019 e 2022. No Pará, a iniciativa “Alfabetiza Pará”, do Governo do Estado, lançado neste ano, é uma das frentes para corrigir essa distorção e tem adesão de praticamente todos os municípios, como Tucumã. O investimento chega a R$ 3 bilhões

“De todas as dimensões analisadas, a que mais piorou no País foi a alfabetização, chamando a atenção para a urgência de políticas públicas coordenadas em nível nacional, estadual e municipal para reverter esse quadro. Importante destacar, também, a renda necessária para uma alimentação adequada – que foi impactada pela alta nos preços dos alimentos – e a questão do saneamento básico, que, embora apresente alguma melhora, continua sendo a privação que impacta mais meninas e meninos no País”, alerta Santiago Varella, especialista em Políticas Sociais do Unicef no Brasil.

O estudo apresenta dados nacionais e por estado, destacando a grande diferença regional com relação à pobreza multidimensional no Brasil. Os estados do Norte e Nordeste apresentam os maiores índices de crianças privadas de um ou mais direitos. Com relação a cor e raça, a desigualdade ainda é grande, mas se reduziu um pouco nos últimos anos. Enquanto a diferença no acesso a direitos entre crianças e adolescentes brancos e negros era de cerca de 22% em 2019, em 2022 ela se reduziu para pouco mais de 20%.

A alfabetização foi uma das privações com pior desempenho e o Governo do Pará tem trabalhado para corrigir a distorção (Foto: Unicef / Divulgação / Imagem Ilustrativa)

 

Veja outras privações de direitos de crianças no Pará e no Brasil, segundo o Unicef

  • Renda: Nacionalmente, cerca de 40% das crianças e adolescentes viviam abaixo de um nível mínimo de recursos para satisfazer suas necessidades, em 2019. Durante a pandemia, o índice variou – em parte por conta das políticas de auxílio emergencial –, apresentando uma melhora em 2022, em comparação a 2019. Em 2022, no Brasil, 36% estavam na pobreza monetária. No Pará, em 2022, eram 47%.
  • Água e saneamento: Permanece sendo a privação que mais impacta crianças e adolescentes no Brasil. Em 2019, 39,5% das crianças do Brasil não tinham acesso adequado a banheiros e rede de esgoto, contra 37% em 2022. No Pará, 84,22% das crianças não tinham acesso a saneamento básico em 2022. Em relação ao acesso à água potável, 5,4% das crianças e dos adolescentes em todo o Brasil estavam privados desse direito em 2022.
  • Moradia: O acesso à moradia adequada continua a ser um desafio significativo, que impacta diretamente a qualidade de vida de crianças e adolescentes em todo o Brasil. Os dados mais recentes revelam que o problema teve uma pequena redução, afetando 10,9% em 2019 e 9,4% em 2022. No Pará, 16,77% de meninas e meninos são afetadas por essa privação.
  • Informação: acesso à internet e à televisão foi um dos índices que ajudaram a impulsionar a tendência de redução das privações entre crianças e adolescentes. Em 2019, 14% das meninas e dos meninos de 9 a 17 anos estavam privados do acesso à informação, dado que caiu para 6,1% em 2022 – revelando a melhoria no acesso de meninas e meninos à informação no País. No Pará, 8,79% não têm acesso a esse direito.

(Victor Furtado, da Redação do Fato Regional, com informações do Unicef Brasil, via Trama Comunicação)


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