terça-feira, 7 de maio de 2024

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PF investiga comércio ilegal de R$ 10 bi em ouro extraído da Amazônia; operação tem alvos no Pará e no Mato Grosso

Foram cumpridos 17 mandados de busca e apreensão na operação 'Ouropel', que focou nos metais com origem na região oeste do Pará. Foram suspensos 112 processos minerários envolvendo os investigados.
Em valores atualizados, a movimentação de ouro ilegal comercializado pode chegar a R$ 14 milhões (Foto: Polícia Federal)

A Polícia Federal deflagrou, nesta quarta-feira (27), a operação “Ouropel”, que investiga empresas suspeitas de comercializar ilegalmente quase R$ 10 bilhões em ouro extraído da Amazônia de forma ilegal. Foram cumpridos 17 mandados de busca e apreensão em Itaituba e Novo Progresso, no Pará, e em Cuiabá (MT).

O objetivo da operação, informa a PF, é “…combater crimes relacionados à comercialização de ouro da Amazônia Legal, como usurpação de bens públicos, lavagem de dinheiro, crimes ambientais ligados à garimpagem ilegal e associação criminosa”. Mais de 50 policiais federais cumpriram os mandados expedidos pela Justiça Federal.

A Justiça Federal também determinou o sequestro e/ou bloqueio de bens de mais de R$ 290 milhões, além da suspensão de atividades ligadas à mineração de oito pessoas físicas e jurídicas que, juntas, possuem 112 processos minerários tramitando em seus nomes. A suspensão dos processos também atinge uma pessoa jurídica, que adquiriu bilhões de reais em ouro da Amazônia nos últimos anos.

“O inquérito policial que deu origem à operação teve início em junho de 2023 e já constatou o ‘esquentamento’ de mais de uma tonelada de ouro com Permissões de Lavra Garimpeira (PLG) correspondentes a áreas situadas na bacia do rio Tapajós. As PLGs suspensas se referem a imóveis nas cidades de Itaituba (PA) e Jacareacanga (PA). Várias pessoas jurídicas, incluindo Distribuidoras de Títulos e Valores Mobiliários (DTVMs) e cooperativas de garimpeiros estão sob investigação por declararem a aquisição de cerca de 37 toneladas de ouro da Amazônia Legal, à época, no valor aproximado de quase R$ 10 bilhões (R$ 14 bilhões em valores atuais), de janeiro de 2021 a setembro de 2023. Estima-se, pela Calculadora de Impactos do Garimpo do Ministério Público Federal, que os prejuízos socioambientais ultrapassam 27 bilhões de reais”, diz nota da PF.

O garimpo ilegal foi apontado, em laudo da Polícia Federal finalizado neste ano, como a principal causa da poluição do rio Tapajós, que teve as águas cristalinas invadidas por grande quantidade de lama. Em janeiro de 2022, a mudança da cor da água ocorreu até em Alter do Chão, localidade conhecida como Caribe Amazônico. O nome da operação, “Ouropel”, no sentido figurado, quer dizer “brilho falso”, uma alusão ao ouro extraído ilegalmente na Amazônia, causando degradação ambiental.

(Da Redação do Fato Regional)


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