O reajuste de 4,1% no salário mínimo, que começou a vigorar neste mês de janeiro, terá um impacto pequeno no poder de compra dos paraenses, segundo o Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (Dieese). Com os R$ 44 a mais no salário (passará de R$ 998 para R$ 1.039), é possível comprar, por exemplo, cerca de sete dúzias de banana ao custo médio de R$ 6,19, nas feiras e supermercados, ou 6 kg de frango resfriado ao custo médio de R$ 7,12 cada, em supermercado.
Porém, quem recebe esse valor mínimo, acredita que a diferença nem deve ser sentida. “Têm esse acréscimo, mas o valor das compras aumenta também. Então, fica a mesma coisa. Eu acho o reajuste pequeno. E pode ter o reajuste, mas as compras sempre vão aumentar também”, diz a balconista Ana Gerlândia Rodrigues, 40. Ela e o marido, o também balconista Paulo Rodrigues, 39, recebem um salário mínimo cada. Com esse valor, eles pagam aluguem e demais despesas da casa que vivem com os dois filhos, de 7 e 11 anos. Segundo Ana Gerlândia, alimentação e itens de limpeza são as despesas que mais pesam no orçamento familiar. “Quando a gente chega na parte da limpeza, o salário vai embora de vez”, afirma.
Dados do Dieese mostram que, no mês de novembro do ano passado, a cesta básica dos paraenses custou R$ 381,28 e comprometeu cerca de 41,53% do salário mínimo de R$ 998, que vigorou até 31 de dezembro. Ainda segundo a entidade, mesmo com o novo valor, o impacto deverá diminuir um pouco, mas não o bastante para que o mínimo atenda os preceitos constitucionais, garantindo o direito a habitação, vestuário, transporte, educação, alimentação, lazer, entre outros. Este salário constitucional deveria ser, hoje, segundo o Dieese, em torno de R$ 4.021.
No Pará, ainda de acordo com o departamento, quase 40% (cerca de 1,3 milhão de pessoas) dos trabalhadores ocupados, recebem salário mínimo.
O que se pode comprar na Grande Belém com este aumento?
– Cerca de sete dúzias de banana ao custo médio de R$ 6,19 p/dúzia nas feiras ou supermercados
– 3 Kg de Dourada ao custo médio de R$ 14,03 p/kg nos mercados e feiras livres;
– Cerca de 11 pacotes de macarrão ao custo médio de R$ 3,85 p/pacote;
– Cerca de 11,5 passagens de ônibus urbanos em Belém, a R$ 3,60 cada;
– Cerca de 6 Kg de frango resfriado ao custo médio de R$ 7,12 cada em supermercado
– Cerca de oito xícaras de cafezinhos expressos ao custo médio R$ 5 cada comercializados em cafeterias da Grande Belém.
Fonte: O Liberal
