sexta-feira, 22 de novembro de 2024

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249 hectares degradados de São Félix do Xingu foram recuperados até 2023, em parceria da Emater com a Prefeitura

O plantio de cacau em sistemas agroflorestais (SAFs) tem sido uma das principais alternativas para a recuperação de áreas degradas e São Félix do Xingu tem sido um projeto piloto e com êxito em vencer o desmatamento e gerar emprego e renda com a bioeconomia e agroecologia. A média de recuperação é de dois hectares por propriedade.
O começo da produção de cacau em São Félix do Xingu garantiu a possibilidade de criação de sistemas agroflorestais que vêm dando certo (Foto: Mateus Costa / Ascom sedap)

A Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Pará (Emater) tem trabalhado em São Félix do Xingu como um projeto piloto de recuperação de áreas degradas pela ação humana. Até 2023, graças à parceria com a prefeitura — na gestão do prefeito João Cleber (MDB) —, já foram recuperados 249 hectares através da implantação de sistemas agroflorestais (SAFs). O cacau se tornou a principal cultura da bioeconomia, que além de reflorestar, gera emprego e renda. Mas há outros frutos como açaí e banana também.

Em média, cada propriedade de São Félix do Xingu tem tido a recuperação inicial de dois hectares. Desde 2020, o atendimento da Emater tem se intensificado pelo contexto do macroprograma Territórios Sustentáveis (TS), pilar do plano Amazônia Agora, do Governo do Pará. Além da prefeitura, as ações contam com a parceria da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), com benefício de 300 agricultores familiares.

Um desses produtores acompanhados no projeto, em São Félix do Xingu, é Osvaldo Wagner, de 53 anos. Há 15 anos ele está sendo acompanhado e consegue supervisionar rotineiramente a saúde do solo dos 103 hectares do Sítio Santo Antônio, nos quais pastam 200 cabeças de gado de corte da raça nelore, ao lado de plantios de cacau. Os cuidados incluem correção com nutrientes, adubação química e pastejo rotacionado.

A Emater é uma referência na assistência técnica, orientação e capacitação dos trabalhadores de diversos segmentos do campo no Pará (Foto: Wellyngton Coelho / Agência Pará)

“São solos expostos, que sofrem de perda significativa de fertilidade, de acidez, de poluição. Quando intervimos, é com uma gama embasada de soluções: nós estudamos o solo, calculamos física e química, reprojetamos a lotação de pasto, controlamos as ervas-daninhas, reflorestamos com SAFs à base de cacau, açaí, banana. O produtor ganha o solo saudável de volta, com o acréscimo de geração complementar de renda e segurança alimentar, haja vista que pode vender polpa de frutas e consumir dentro de casa”, especifica o chefe do escritório local da Emater em São Félix do Xingu, o técnico em agropecuária Mário Silva.

O Laboratório de Solos da Emater em Conceição do Araguaia, no Sul do Pará, estrutura entregue, em janeiro deste ano, pelo Governo do Estado, e a primeira unidade pública de análises do segmento, deve entrar em funcionamento efetivo ainda este semestre. O processo de aquisição de insumos e definição de parcerias para subsídio dos serviços encontra-se em etapa conclusiva.

Para o geógrafo Jamerson Viana, chefe do Núcleo de Geotecnologia, Diagnóstico e Rastreabilidade (NGDR/Labgeo) da Emater, defende os SAFs como uma importante medida de conservação. Ele é especialista em Ciências Humanas e História da Amazônia e em Geoprocessamento e Georreferenciamento de Imóveis Rurais.

“As práticas conservacionistas visam a manter a saúde do solo, aumentar a biodiversidade e, ao mesmo tempo, sustentar a produtividade agrícola de maneira coeficiente”, explica Jamerson, reforçando que tais procedimentos participam da preservação dos recursos naturais, da segurança alimentar das comunidades e da mitigação das mudanças climáticas.

(Victor Furtado, da Redação do Fato Regional, com informações da Agência Pará)


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