No centro de Ourilândia do Norte, no sul do Pará, a escola estadual Dr. Romildo Veloso e Silva é a única instituição pública de ensino médio da cidade e com cerca de 1,2 mil alunos. Em junho de 2022, foi dado início a uma tão esperada reforma que poderia ampliar o número de vagas e dar mais condições aos alunos de se prepararem para o Enem. Só que com o prazo de 18 meses de execução vencido, a obra, dizem professores e estudantes, foi paralisada de vez e tem afetado diretamente a rotina da comunidade escolar que não tem mais aulas regulares todos os dias.
Ao Fato Regional, professores e alunos informaram que no final do ano passado, as obras que estavam lentas paralisaram de vez. E desde então, praticamente não se vê operários na escola para dar continuidade aos serviços. Vários materiais estão expostos, há equipamentos em risco pela falta de local adequado para guardar, há muita sujeira e várias etapas da construção estão inacabadas. As salas e banheiros estão inutilizáveis. Algumas meninas não estão mais utilizando por ser inseguro.
“Sem a manutenção devida, temos outros problemas, como esgotos abertos e fossas descobertas, exalando mau cheiro e estão cheias de larvas e bichos, perto de onde os alunos fazem as refeições. Um risco. Soubemos de um aluno que teve uma infecção urinária após usar os banheiros da escola. Sem salas, as aulas estão sendo alternadas entre cada ano do ensino médio, prejudicando o desempenho dos alunos. Por fim, estamos improvisando espaços para guardar coisas e perdemos áreas”, diz um professor que terá a identidade preservada.
Outra crítica das fontes que procuraram o Fato Regional apontam que a nova planta da escola fez o espaço das salas de aula diminuir e pode ter removido salas especiais, como laboratórios de informática e de ciências. “Não concordamos com a planta da escola após a obra. Esse prédio que esta sendo reformado tinha seis salas de aula, sala de vídeo, laboratório de informática, laboratório de ciências. eles transformaram tudo em sala de administração, sendo que precisava de ter mantido pelo menos umas três salas de aula”, comentam denunciantes.
O prazo de 18 meses para a execução da obra encerrou em dezembro do ano passado. O orçamento disponibilizado foi de R$ 1,27 milhão e a empresa responsável é a HS Galvão Construtor Eirelli EPP. O Fato Regional entrou em contato com a Secretaria de Estado de Educação (Seduc) e aguarda um posicionamento sobre o porquê da situação atual na escola estadual Dr. Romildo Veloso e Silva, em Ourilândia do Norte, e quais providências serão tomadas.
ATUALIZAÇÃO ÀS 14H35
Por nota enviada ao Fato Regional, a Secretaria de Estado de Educação (Seduc) se limitou a dizer que “…os trabalhos de reconstrução da escola continuam normalmente e ressalta que a informação de paralisação das obras é falsa”. Todas as outras reclamações da comunidade escolar, descritas na solicitação de um posicionamento ao órgão, não foram mencionadas na nota.
(Victor Furtado, da Redação do Fato Regional)
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